quinta-feira, 30 de agosto de 2012

MISSA DA PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA DO CEU

DIA 1º DE SETEMBRO, próximo sábado,
LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
no CONDOMINIO ESPIRITUAL UIRAPURU (CEU) -Av. Alberto Craveiro 2222-,
e SANTA MISSA
celebrada pelo Arcebispo D. JOSÉ ANTONIO.
HORARIO: 17:00H

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

FESTAS DE SANTA MÔNICA E SANTO AGOSTINHO: 3º ANIVERSARIO DO LAR




As festas de Santo Agostinho e Santa Mônica foram mudadas de dia por causa de facilitar
aos convidados a assistência. O sábado a noite estava tudo pronto no Seminário Santo Agostinho para acolher aos 300 convidados. 
A Eucaristia foi presidida por Frei Jesús Maria e concelebrada pelos frades José Luis e Alberto e aconteceu no claustro do Seminário. Os seminaristas se dedicaram a fundo durante todo o sábado para deixar o ambiente muito a
gradável. Acompanharam a fraternidade Secular Agostiniano Recoleta, amigos da comunidade, algumas entidades do CEU e abundantes pessoas da paróquia São Pedro da Barra do Ceará.
 
A festa de Santa Mônica aconteceu ao dia seguinte, domingo, no Lar Santa Mônica. Começando as 9:00h com as homenagens as figuras de Santa Mônica e Santo Agostinho e na ação de graças pelos três anos da inauguração do Lar Santa Mônica: abertura da Coordenadora -Dra. Luiza-, vídeo homenagem aos santos, depoimento do voluntario Moacir, peça musical das crianças e encerramento do Diretor –frei Alberto-.

Após tivemos o café da manha, fruto da partilha e doação de muitas pessoas e empresas. Muito obrigado a todas elas!
Por ultimo todos nos convidados se dirigiram ate a igreja das irmãs Doroteias –no CEU- para celebrar a Santa Missa em ação de graças. Foi um momento muito emotivo e familiar.
A Irma Lucilia -Doroteia- é uma das cofundadoras do Condomínio Espiritual Uirapuru, experiência de comunhão dos carismas na procura da Vida de Deus para todos. Ela é também a diretora do “Hotel Escola Doroteias”, uma magnífica estrutura sita no CEU que acolhe cursos, eventos, convenções... e que capacita aos jovens para o mercado de trabalho no mundo da hotelaria.
Durante a Eucaristia a Irma Lucilia nos deixou a seguinte mensagens:
 “Fui convidada para, no dia de hoje, aniversário do Lar Santa Mônica, dizer uma palavrinha. E, com muita alegria, aqui estou. Esta palavrinha tem que ser, antes de tudo de gratidão. Gratidão a Deus por ter sonhado, através dos frades agostinianos recoletos, este espaço de vida para crianças e adolescentes e por ter escolhido o CEU para concretizar este seu sonho.
Hoje, o Lar Santa Mônica completa três aninhos e nos, que com ele constituímos o CEU, juntos louvamos e agradecemos a Deus a sua pequena e já tão grande historia. Quantas crianças e adolescentes já bendizem a Deus sua passagem por este abençoado espaço. Somos testemunhas dos milagres acontecidos tendo como instrumentos do cuidado, da ternura e acolhida divinas os frades agostinianos e estas pessoas maravilhosas que como mães e pais sociais, transformam estas casas num LAR.
Para mim soa como uma musica: Lar Santa Mônica. Não é casa. E LAR. Casa evoca o ambiente físico, com uma localização geográfica, um abrigo.
LAR, por outro lado, ainda que possa ser considerado um sinônimo de casa, apresenta uma conotação mais afetiva e pessoal. O lar é espaço de harmonia, onde as pessoas vivem e sentem-se bem. Onde as pessoas sentem-se olhadas, escutadas, apoiadas, complementando os outros e deixando-se complementar por eles. Eis porque o Santa Mônica é um LAR.
Embora filhos espirituais de Santa Mônica, os frades agostinianos poderiam ter dado um outro nome a este Lar. Mas escolheram Santa Mônica. Para mim a inspiração foi de Deus. Colocaram o Lar sob a proteção desta figura de mulher extraordinária. A mulher-mãe que assumindo sua missão em terreno espinhoso, não deixou de cultiva-lo com lagrimas e orações, tornando-o fecundo no jardim da Igreja. Assim fará com o seu Lar no CEU.
LAR SANTA MÔNICA: Frades, crianças, adolescentes, leigos... maravilhosos... nós amamos vocês. Vocês tem um lugar especial no coração do CEU. Parabéns para todos nós. A festa é também nossa!”.






 










 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

DIARIO DE BORDO DOS VOLUNTÁRIOS DA ESPANHA - 6º


E continuamos… E a pesar de tanta festa, no domingo nos deram uma “folga”, pois nos disseram para irmos à praia. E assim fizemos. Nossa “tia Grazi” com seu Moranguinho veio nos buscar às 8h da manhã para irmos à preciosa praia do Cumbuco.

Chegamos e passamos uma manhã maravilhosa desfrutando do sol e da linda praia. Almoçamos ali mesmo e enquanto conversávamos e conversávamos, Paula e Basi aproveitaram as enormes ondas do mar . Nós achávamos muito interessante as pessoas que vendiam queijo assado ( que faziam na hora) com um fogareiro rudimentar. Também vendiam camarões e cajus, que são típicos daqui e são muito gostosos.
 
A Praia não estava muito cheia, como acontece em nossa costa española. Apesar da sua beleza, aqui também chega a insegurança de Fortaleza.

Bom, depois de almoçar, voltamos ao LSM por volta das cinco da tarde. Pudemos comprovar que S. (a menina que chegou no sábado) estava encantada e queria ficar no LSM. Não tenho palavras para expressar a enorme satisfação que sinto e sentimos quando pensamos que tem uma a menos na rua.

A  segunda-feira começou com  as aulas normais e como a tia Grazi retornou ao trabalho, nós lhe ajudamos em uma casa enquanto Paula e Basi, juntos, davam aulas às  meninas em outra casa.

De novo senti muita impotência. Muitas meninas chegam ao Lar sem nunca terem segurado um  lápis na vida e não sabem ler nem escrever... e quando elas são matriculadas na escola, não vão para as turmas de acordo com o seu nível , mas de acordo com a sua faixa etária. Pelo amor de Deus! Alguém pode explicar como uma menina de catorze anos pode ficar em uma sala de aula com meninas da sua idade, estudando geografia e história ou resolvendo multiplicações, sem saber ler??? Com certeza que NÃO ENTENDE NADA! Não é que não queira estudar, é que não pode! E é o caso de nossa D. E ainda que no LSM tenham aulas de reforço, não conseguem chegar em tão pouco tempo ao nível necessário. Tudo isso já imaginávamos, mas quando chegou a tia Grazi e dividimos com ela essa situação, pudemos comprovar de fato.
Pela tarde, tínhamos uma visita programada a família de uma das meninas e para ali fomos. Era outra área de favela, em outro lugar, mas igual a todas as outras áreas de favela. E quando sentimos o mal cheiro, já sabíamos que tínhamos chegado ao destino.Desta vez em uma área que passava o trem. A Luiza me dizia que muitas crianças já tinham morrido na linha do trem porque não tem nenhum tipo de segurança e como as crianças passam tanto tempo nas ruas, ficam por ali mesmo, brincando na linha férrea.

Bom,chegamos ali e não estavam. Logo veio uma mulher pedindo, por favor, que nós a levássemos até a sua filha.
Esta é a sua história resumida: tinha três filhos, um rapaz de catorze anos e um casal de gêmeos de onze anos. O mais velho já teve problemas com a justiça e não ia para o colégio  e se “aproveitava” da sua irmã. Começaram a sair os vizinhos e a confirmar a história. Com muito cuidado nos levariam até ele e a verdade é que tinham razão. A menina, que era a vítima, tinha que sair dali. A nossa Luiza, por um lado, falava com a menina; e por outro, Lucélio confirmava por telefone a suspeita. Não levamos a menina imediatamente para Lar porque é necessário oficializar a ação, mas a levamos para a casa de umas freiras que trabalham nessa área da favela. Ali as irmãs cuidaram da menina deixando que ela descansasse até a manhã seguinte quando íamos pegá-la para levar ao LSM .
Nós voltamos para o LSM tristes, pois não acredito que por mais que vejam tantos casos como este, se acostumem com essas coisas. Mas ao mesmo tempo alegres, pois na manhã seguinte a menina estaria conosco.

E assim foi. Levantamos cedo como todos os dias e às sete da manhã as meninas já estavam em suas aulas de reforço e por volta das dez e meia, na maravilhosa Kombi, fomos pegar a menina.
As irmãs nos falaram que a meninas tinha comido muito e que esteve todo o tempo descansando. E a sua carinha quando nos viu se iluminou de alegria e rapidamente foi pegar a pequena bolsa com seus pertences que sua mãe tinha lhe dado e nós a trouxemos para o LSM.
Continuo surpresa com o modo que as outras meninas recebem as “novatas”. Não perguntam nada, somente as abraçam e ficam ao seu redor. Sabem que  é por alguma coisa ruim que estão ali, igual a cada uma que chega.
A tarde foi tranquila. Bom, durante o último fim de semana  aproveitamos para repassar na cabeça das meninas (que se coçavam além da conta) xampus e loções contra piolhos que trouxemos da Espanha ( que graças a Deus nos doaram) porque aqui no Brasil são caríssimos, como todas as coisas, parecem que são só para os ricos.
Depois foi maravilhoso ver que nas aulas de reforço que tinha com a D. ela conseguiu ler suas duas primeiras palavras. Quando lhe parabenizamos e comentamos com a Roberta, sua mãe social, a menina começou a chorar. Com certeza que para ela isso valia mais que ter sido aprovada na escola todos esses anos. A menina começou a ter mais segurança e tem agora tanta vontade de aprender que amanhã, ainda que seja feriado, vai ter aulas de reforço comigo para continuar aprendendo a ler.
Mais uma vez, obrigada, Lar Santa Mônica.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

DIARIO DE BORDO DOS VOLUNTÁRIOS DA ESPANHA - 5º


DIA 14: UM RESUMO DA SEMANA

Continuamos desfrutando e vivenciando ao máximo cada dia. Estes últimos dias têm sido tranqüilos, sem sair do Lar, mas que neste lugar tem tanta vida com estas pequenas, que faz com que cada momento é diferente e agradável.
Quarta-feira pela manhã a rotina foi normal: aulas de Espanhol e Inglês com Basi e Paula e nós carimbar cupons fiscais que sempre tem para carimbar. E à tarde Roberta, a mãe social das adolescentes nos convidou para acompanhá-la ao centro, ela tinha que fazer umas compras e fomos para lá.
Fiquei muito surpresa com a quantidade de pessoas que estava pela rua. Finalmente vi movimento e vida, já tínhamos passado pelo centro duas vezes ao irmos para o seminário (como já comentamos), as ruas nestas horas estavam desertas. Bem, foi uma tarde divertidíssima, porque além da peculiaridade das lojas tivemos que ir de ônibus e a viagem de ida foi normal, como qualquer circular  da Espanha, mas a volta ... as pessoas estavam de pé, porque o ônibus estava super lotado e foi muito engraçado quando fazia suas paradas e ia subindo e subindo gente. Bem como se diz na Espanha "estávamos como sardinhas em lata". Mas era complicado quando alguém queria descer e tinha que atravessar todo o ônibus... Foi uma experiência divertidíssima.
À noite, antes do jantar, tivemos a visita da entidade Obra de Maria que vem fazer um momento de louvor com as meninas (toda quarta a noite) é uma mini-catequese através de danças e canções. As meninas gostam e passam super bem, dançamos, cantamos e as crianças estavam rindo e as tias pareciam “patos tontos” todas felizes e bailando...
Na sexta-feira, o dia começou com um susto: é que haviam roubado a bomba que fornece oxigênio para os peixes. A decepção foi enorme porque tanto esforço para obter os peixes... Assim que teve que comprar outra bomba. Claro que agora descemos e subimos a bomba para a casa todos os dias...  continuamos  nossos trabalhos das aulas e dos cupons ...ainda uma outra coisa super incrível: Luiza e Lucélio tinha que levar uma das meninas ao oftalmologista e a hora era cinco e meia da manhã. A verdade é que cada vez mais vemos a dedicação plena que todos os trabalhadores do Lar tem pelas meninas.
Na parte da tarde foi outra "aventura impossível de se cumprir" a equipe do Lar não conseguiu entrar em contato por telefone com a mãe da menina que acabado de chegar, por isso fomos para a escola pedir informações sobre ela, onde morava e os papeis para efetuar a matricula escolar. Bem, depois de mais de duas horas de tentativas, tivemos que voltar para o Lar se conseguir encontrar a escola antiga. Não era comum isso acontecer, de fato nos contaram Lucelio e Luiza que isso já aconteceu de  ficar dando voltas e voltas até encontrar os o destino da família. A verdade é super admirável a paciência que eles têm, porque é também a hora do dia mais quente é, dar a volta e volta de carro com o vento das janelas abertas.
Quando voltamos, como ainda era cedo, havia uma casa que eu queria visitar desde o primeiro dia aqui no CEU: a casa do sol nascente, que acolhe as crianças, filhos de pessoas com AIDS. Todos são portadores, e os bebês lindos e graças a Deus têm um lugar onde eles são criados com muito amor e carinho. Sua idade é de zero ano até oito anos. Havia o pequeno L. quatro meses que fica de braço em braço, outros rastejando no chão e outros que tem que os manter em pé. Foi uma alegria tê-los em nossos braços. Paula assim que entrou, um se aproximou dela, o J. , e quando estávamos saindo não havia maneira de separá-los.O pobre estava chorando. Ah!!!, se pudéssemos levá-lo nas malas...

Quando voltamos para casa Sta. Monica, tivemos celebração. Qualquer desculpa é boa para dar às meninas um pouco de tempo divertido, mas especial, porque comemoramos o Dia dos Pais. Assim, com um pequeno bolo e suco, cantamos, agradecemos aos pais. Foi muito emocionante quando ao recordar a figura da família, muitas meninas começaram a chorar. É irônico que precisamente por que a família é desestruturada, elas estão aqui, mas  bem ou mal que seja sua mãe, é sua mãe assim como seu pai.
À noite como em todas as sextas-feiras, acabou com pipoca e um preciso filme: A Bela e a Fera. Que grande lição, a beleza não está fora, mas dentro de nós! Desta vez foi como na semana passada, apenas uma adormeceu.
Hoje sábado genial!!, Como acontece na maioria dos lugares que tem crianças e não precisa madrugar. ...! Pois sim...  Ás cinco horas da manhã todas acordadas!  Aqui a vida começa muito cedo, mas como sabiam que hoje havia uma pequena festa no CEU com palhaços, jogos, canções, café da manhã... elas queriam aproveitar o maximo e as oito e meia nos pusemos a caminho.
Foi maravilhoso ver todas as crianças do CEU, irmãos e irmãs se reúnem como o caso de J. que  viu seu irmão L., ou no caso de S.C que também tem dois irmãos na Casa do Menor. Aproveitam  juntos, compartilham  juntos e riem  juntos, mas para dizer adeus é um adeus sem tristeza, porque eles sabem que em breve eles vão se ver, e isso  é outra coisa que me surpreende, como naturalmente assumem a situação.
O Frei Alberto veio uma menina nova, S., pois tal como combinamos com ela na visita, ela viria conhecer o Lar e  decidiria se ela queria ficar. Esta tarde depois do almoço já nos disse que queria ficar, e não me canso de repetir: esse lugar é "mágico".
Quando voltamos encontramos os seminaristas que aos segundos sábados vem ajudar no Lar onde há sempre muito trabalho duro no campo, puxando enxada, porque aqui os matos crescem. Eles são cativantes e as meninas os amam muito.
E mais surpresas, quando íamos a comer apareceu quase sem dormir "Tia Grazi", que vinha de passar as suas férias na Espanha, quase diretamente do avião. As meninas a recebeu com aplausos e beijos. Meu Deus como elas a querem!
E depois de comer outra festa é que uma vez por mês, comemoramos os aniversários de todas as crianças e pessoas de Lar, já que economicamente não podemos fazer de cada um. Mais esse aniversario foi mais, umas pessoas maravilhosas patrocinaram os quinze anos de B. que é a mais antiga do Lar. Então, primeiro com uma missa que parece nunca acabar pelo que pedem,agradecem, sem nenhuma vergonha. É maravilhoso ouvi-las, uma após a outra se atropelando ao querer falar... vestidas com um lindo vestido branco para diferenciá-las e fazer que realmente seja um dia especial para elas. Terminamos com um grande lanche, e depois acabamos desfrutando das danças. ! Dá-me muita inveja ver-las dançar, tem o ritmo no sangue!Vamos pedir ao Frei, para mudar as aulas de espanhol por dança brasileira que nos vão a ensinar... com os patos que são... não sei se vamos ser aprovados.....
Continuar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

DIÁRIO DE BORDO DOS VOLUNTÁRIOS DA ESPANHA – 4º


Parece que foi ontem quando chegamos e já passou uma semana... o tempo aqui passa muito rápido ... e o melhor é que não temos para ficar entediado.
Sexta pela manhã fomos com as meninas no Intervalo, uma das instituições que compõem o CEU, que treina crianças e jovens através de atividades de lazer e de circo. Lá vimos um pequeno museu e depois fomos pintar e jogar. Mas, meu Deus como elas não se contentam com pouco: subindo em umas cordas para se balançar, gritando para que as ajudássemos a subir, por causa da suas estaturas baixa, ou em uma rede com a tia Marisol esmagando-a e dando gargalhadas... que alegria ouvir suas risadas ... mas é as olhamos e são tão pequenas...
E a tarde, depois do colégio, passaram todo o tempo cantando as musicas em espanhol que lhes ensinamos.
Houve também uma sessão de cinema... que alegria! O Frei monta um cinema em casa, com um projetor e a tela é a parede. Todas se colocam abaixo, o mais perto possível para ver o filme... e com um montão de pipocas que fizeram as mães sociais e as meninas não paravam de comer....
 É super emocionante, ver que todas querem estar conosco, sentar se em nossas pernas... na verdade as que temos o privilégio de desfrutar-las somos nos nós- No final, muitos caíram no sono e quando o filme terminou quase não havia nenhuma maneira de levá-las para a cama.
Sábado foi também um grande dia. Uma vez por mês as meninas vão para o seminário Santo Agostinho para aproveitar de um dia de diversão na piscina. Como se divertem! ... assim que chegam começam a se atirar... ... e a maioria quase não sabem nadar elas quase não sabem nadar... mas a ilusão é tão grande que o medo desaparece. Claro que, continuamente chamando para que as levem    para a piscina. Parecíamos uma árvore de Natal porque levávamos no mínimo de três, um em cada braço e um nas costas. Cada dia eu percebo o quão pouco precisamos para ser feliz. Foi um dia fantástico, apenas "mortos" e ainda assim acho que elas estavam atrás de recarregar as baterias, porque elas continuaram brincando na piscina.
O dia também foi muito agradável porque tivemos a sorte de despedir do Frei Santiago estava saindo para o seu novo destino -  Manaus, depois de passar seis anos em Fortaleza. É incrível que nas palavras de despedida ele estivesse sorrindo de orelha a orelha e aceitando a decisão com a máxima obediência.. quanto nos custaria  deixar tudo: casa, amigos, trabalho ... para começar em um lugar que não se conhece. E ele FELIZ.
E domingo foi um dia muito especial.  Já desde a manhã, igual ao sábado, se nota a diferença: primeiro à hora de levantar (muito cedo) e depois como se põem bonitas para irem à missa. Desde o melhor festivo “rendado claro”, até pentear e pentear de novo, com um montão de piranhas e ligas. Mas o melhor é como nos divertimos com elas. Gostaria de levá-las todas em Arnedo para aprendermos com a sua espontaneidade como elas espontaneamente perguntar o que sai de seus corações e sem nenhuma vergonha e cantam e esses ritmos e gestos. O Frei tem que as cortar (conversa), se não chegaríamos a hora da comida e ainda estaríamos lá.
Ao retornar, na hora da comida muitas estavam nervosas, porque a tarde seria muito emocionante, porque era o dia de visitas da família e ai a alma fica sobrecarregada quando chega a hora e vês que a sua não chega. Das 21 meninas apareceram apenas seis famílias, e alguns deles melhor tivesse vindo...
Como elas, também nossos olhos ficaram cheios de água ... Agora eu percebo o quanto é importante um abraço e pode curar, e esse é remédio que mais estamos nos ensinando.
Continuação ...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

DIÁRIO DE BORDO DOS VOLUNTÁRIOS DA ESPANHA - 2º


2º DIA – 02/08/2012


Hoje, o dia prometia! Cada noite nos reunimos (com Luiza), para avaliar o dia e planejar o dia seguinte. Já percebemos que os dias aqui vão ser muito intensos. Hoje nós começamos a entender o que é o trabalho do Lar Santa Mônica, e seus programas de desenvolvimentos de proteção a essas crianças e adolescentes. 
No início da manhã saímos do CEU para entrar nas ruas movimentadas dos bairros da periferia da cidade de Fortaleza. De longe vimos os luxuosos arranha-céus da turística Fortaleza. No entanto, passamos por ruas estreitas, casas pequenas, uma ao lado da outra, com muitas pessoas na rua que ficavam olhando para nós.  Sobretudo, havia muitas crianças, descalças, que nos observavam com os olhos grandes...
Depois de algum tempo,  chegamos ao nosso destino. Foi quando o nosso coração começou a ficar apertado. Conhecemos uma adolescente de 15 anos de idade, da mesma idade de Paula(voluntária adolescente), com UM olhar triste e perdido, olhando para baixo e falando com uma voz tímida. Vitima da violência doentia das pessoas que tem a coragem que cometer atrocidades com crianças e adolescentes, somente para satisfazer seus impulsos sexuais.

É incrível que, sem entender a língua pudéssemos ver e sentir a raiva e a impotência nas lágrimas de sua tia, quando contou a história. 



Foi tremendo (incrível), quando a equipe do Lar Santa Mônica fez o convite para ela  vir morar no abrigo, a resposta foi rápida e firme: Sim, eu quero! 





E assim foi... Pegou  seus poucos pertences em dois sacos, e se colocou muito bonita, com roupas novas e sapatos que sua tia comprou e logo entrou na "kombi" conosco. 



Ao longo do caminho lhe perguntávamos como estava, e ela respondia que bem, porém ao dizer-lhe que parecia triste, nos falou que estava preocupada com seus irmãos que ficaram em casa.


Aqui aparece uma vez mais a  "magia" do Lar Santa Monica, pois existe  a preocupação com as meninas, mas também com suas famílias, seja para ajudar a situação da dependência química, moradia ou miséria, juntamente com o cuidado de outros membros da casa, especialmente se eles são crianças e adolescentes. Por isso, ao dizer-lhe que na próxima semana a equipe iria visitar sua família e verificar a situação dos irmãos, ela  se acalmou. 




Foi maravilhoso ao entrar no CEU com ela. Íamos explicando-lhe: aqui é  a casa do Sol Nascente, aqui as Dorotéias ... e de repente ela nos cortou e diz: mas, no Lar tem  bonecas? ! Imagina... com quinze anos e perdeu toda a sua infância! 



As meninas não estavam no Lar porque se encontravam na escola, mas foi um privilégio ver como todas as pessoas que trabalham aqui lhes davam as boas vindas. Quando chegaram as meninas, foi impressionante observar com que enorme carinho a receberam.
O coração fica apertado frente a esta situação, que acreditamos que é coisa de um filme, que os olhos te enganam.... Paula disse “ tranqüilas, está menina já está a salvo no Lar Santa Monica.”


O dia foi muito mais do que podia ser, mas por hoje creio que já contei o suficiente....